Liga Europa – 1/16 de final (2.ª mão) – Benfica – Shakhtar Donetsk

BenficaBenfica – Odysseas Vlachodimos, Tomás Tavares, Rúben Dias, Francisco Ferreira “Ferro”, Alejandro “Álex” Grimaldo, Francisco “Chiquinho” Machado (67m – Haris Seferović), Julian Weigl, Adel Taarabt, Rafael “Rafa” Silva, Luís Fernandes “Pizzi” (79m – João Filipe “Jota”) e Dyego Sousa (79m – Carlos Vinícius)

Shakhtar DonetskShakhtar Donetsk – Andriy Pyatov, Domilson dos Santos “Dodô”, Serhiy Kryvtsov, Mykola Matviyenko, Ismaily dos Santos, Marcos Antônio, Taras Stepanenko, Marlos Bonfim (62m – Mateus “Tetê” Martins), Alan Patrick Lourenço (90m – Davit Khocholava), Taison Freda (86m – Yevhen Konoplyanka) e Júnior Moraes

1-0 – Luís Fernandes “Pizzi” – 9m
1-1 – Rúben Dias (p.b.) – 12m
2-1 – Rúben Dias – 36m
3-1 – Rafael “Rafa” Silva – 47m
3-2 – Taras Stepanenko – 49m
3-3 – Alan Patrick Lourenço – 71m

Cartões amarelos – Rafael “Rafa” Silva (50m); Ismaily dos Santos (43m), Taison Freda (83m) e Yevhen Konoplyanka ((87m)

Árbitro – Björn Kuipers (Holanda)

Frustração e apreensão são as palavras que prevalecem no fim deste jogo, desta eliminatória e de mais uma campanha europeia do Benfica.

Ser eliminado assim – por um adversário supostamente ao alcance, de nível reconhecidamente inferior, e de forma tão prematura (logo no primeiro confronto a eliminar) – custa bastante.

A forma como se consumou o desfecho – depois de, por três vezes, o Benfica ter estado em vantagem na eliminatória (a primeira delas ainda na Ucrânia, aquando do golo do empate), e, de igualmente, ter visto esfumar-se tal posição em menos de cinco minutos, em cada uma dessas três ocasiões -, a par do histórico recente na Europa, suscita dupla inquietude: de forma mais lata, sobre a dificuldade que o clube vem manifestando em se afirmar a este nível competitivo; no imediato, para o que resta desta temporada, e depois de um mês de Fevereiro bastante negativo, se será possível a equipa “regenerar-se” a tempo de conseguir ainda segurar o 1.º lugar no campeonato…

Vindo da Ucrânia com uma desvantagem, mesmo que pela margem mínima, mas, pelo menos, tendo marcado fora, o Benfica sabia que o 1-0 seria suficiente para seguir em frente, mas também estava consciente – o próprio Bruno Lage o reconheceu – dos riscos que a equipa adversária (uma bem trabalhada miscelânea ucraniano-brasileira) apresentava, pelo que, em bom rigor, seria expectável a necessidade de marcar mais do que o tal golo solitário.

E as coisas até começaram da melhor forma, com uma entrada assertiva, com uma equipa a procurar mostrar-se “mandona”, e, melhor que isso, a conseguir resultados práticos ainda não estavam decorridos dez minutos, com o golo de Pizzi, num remate que surpreendeu a defensiva contrária – sendo que, já antes, Taarabt dispusera de oportunidade flagrante para ameaçar a baliza contrária.

Contudo, logo de seguida, começaria a manifestar-se o que, afinal, seria a tónica desta eliminatória: a incapacidade benfiquista em preservar a vantagem. Apenas três minutos volvidos, na primeira descida do Shakhtar, na sequência de um cruzamento perigoso, numa embrulhada na área com Júnior Moraes e Ferro, Rúben Dias acabaria por ser infeliz, com o contacto na bola a provocar que ela se introduzisse na sua própria baliza.

O Benfica acusou o toque, passou por uma fase de alguma instabilidade, que o Shakthar aproveitou para voltar a criar perigo – Ismaiy rematou ao poste -, valendo então, principalmente, as intervenções atentas de Vlachodimos.

Conseguindo serenar, e voltando a assumir a iniciativa do jogo, o Benfica veria os seus esforços recompensados com o segundo golo, com o mesmo Rúben Dias a redimir-se, marcando de novo, desta vez na “baliza certa”, com um excelente cabeceamento, na sequência de um canto. A eliminatória estava empatada.

Até final do primeiro tempo, o Benfica manteria a toada ofensiva, mas Dyego Sousa permitira a defesa a Pyatov, quanto tinha Pizzi na expectativa da assistência.

Após uma boa exibição do conjunto benfiquista, jogando com intensidade, o resultado tangencial ao intervalo era até algo lisonjeiro para a formação ucraniana…

E se o jogo tinha começado sob bons auspícios, seria difícil que a segunda parte tivesse melhor início, com o Benfica a ampliar a vantagem para 3-1, logo ao segundo minuto!

Num atraso mal medido para o guardião, surgiu, muito oportuno, Dyego Sousa, a interceptar a bola, e, tendo perdido o “timing” para visar as redes, teve ainda a lucidez para, num centro atrasado, solicitar o remate fulgurante de Rafa.

Porém, este “desafogo” do Benfica – com a eliminatória então ganha, e quando se esperaria que pudesse continuar a dominar e, porventura, voltar a marcar, um pouco à imagem do jogo precedente, com o Zenit – não duraria outros dois minutos, altura em que sucedeu o momento determinante da partida e, consequentemente, da eliminatória; Vlachodimos ainda começou por sacudir para canto uma bola que levava muito perigo, mas – há sempre um “mas”… -, também na sequência desse lance de bola parada, Stepanenko voltou a colocar a diferença num tangencial 3-2, o que acabaria por ser decisivo.

O Benfica voltava a necessitar marcar – e, bem vistas as coisas, até tinha quase toda a segunda parte para tal -, mas a verdade é que nunca mais conseguiu explanar o futebol que apresentara na metade inicial do encontro, ao mesmo tempo que continuava a denotar intranquilidade no sector defensivo.

A meio desssa etapa complementar, Bruno Lage arriscou, fazendo entrar Seferović – que, de imediato, até teria uma boa ocasião para chegar ao tal ansiado quarto golo, todavia cabeceando ao lado -, e, desta feita, não obstante o Benfica não tenha marcado, bastariam dois minutos para, em mais um de vários contra-ataques rápidos, o Shakhtar marcar o seu terceiro golo, num cruzamento atrasado de Taison, com Alan Patrick a empatar a 3-3, e, virtualmente, a sentenciar o desfecho da eliminatória.

As apostas ofensivas do Benfica para os derradeiros dez minutos seriam já em “desespero de causa” e, como é regra nestas situações, não frutificariam (pese embora Vinícius pudesse ter sido mais feliz). Chegou, aliás, a pairar a eventual ameaça de a turma portuguesa poder mesmo acabar por vir a perder o jogo, o que, a ter ocorrido, seria castigo excessivo. O empate já foi suficientemente amargo…

Liga Europa – 1/16 de final (1.ª mão) – Shakhtar Donetsk – Benfica

Shakhtar DonetskShakhtar Donetsk – Andriy Pyatov, Serhiy Bolbat, Serhiy Kryvtsov, Mykola Matviyenko, Ismaily dos Santos, Alan Patrick Lourenço (80m – Marcos Antônio), Taras Stepanenko, Marlos Bonfim (83m – Yevhen Konoplyanka), Viktor Kovalenko, Taison Freda (90m – Mateus “Tetê” Martins) e Júnior Moraes

BenficaBenfica – Odysseas Vlachodimos, Tomás Tavares, Rúben Dias, Francisco Ferreira “Ferro”, Alejandro “Álex” Grimaldo, Luís Fernandes “Pizzi” (90m – Andreas Samaris), Adel Taarabt, Florentino Luís, Franco Cervi, Francisco “Chiquinho” Machado  (79m – Rafael “Rafa” Silva) e Haris Seferović (69m – Carlos Vinícius)

1-0 – Alan Patrick Lourenço – 56m
1-1 – Luís Fernandes “Pizzi” (pen.) – 67m
2-1 – Viktor Kovalenko – 72m

Cartão amarelo – Florentino Luís (90m)

Árbitro – Robert “Bobby” Madden (Escócia)

Começam a faltar palavras para qualificar os sucessivos (maus) desempenhos do Benfica nas competições europeias, em anos recentes.

Quando o mínimo que se pode dizer é que o resultado foi o menos mau, numa noite em que a equipa benfiquista se apresentou completamente desconexa, perdida dentro de campo, falha de intensidade, os sinais não são animadores.

Depois da exibição no último jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões, em que o Benfica se superiorizou claramente ao líder da liga russa, Zenit, o comportamento evidenciado em Kharkiv traduz uma clara regressão.

Defrontando uma formação ucraniana – de regresso à competição após uma “pausa de Inverno” de dois meses – que, mais do que ataque organizado, privilegia as transições rápidas, o Benfica, entrando também na expectativa, ainda conseguiu começar por equilibrar a toada de jogo, no quarto de hora inicial.

Porém, a partir de meio da primeira parte, começaram a vir ao de cima as fragilidades defensivas que têm sido notórias nos últimos jogos, com a turma portuguesa incapaz de encontrar o posicionamento adequado dentro de campo, para contrariar o carrossel do Shakhtar, então a começar a rodopiar em crescente aceleração.

O primeiro susto – com Marlos, na sequência de um contra-ataque, a introduzir a bola na baliza contrária – foi “cancelado” pelo “VAR”, a não validar o que teria sido o tento inaugural do grupo ucraniano. Mas o Shakhtar continuaria a fazer “gato-sapato” das (inoperantes) marcações dos defesas contrários, valendo, nessa fase, a atenção e o acerto de Vlachodimos para evitar males maiores, a par de uma bola salva por Tomás Tavares.

O nulo no final da metade inicial do desafio era claramente lisonjeiro para o Benfica. Mas as coisas iriam piorar no segundo tempo…

O Shakthar necessitaria, então, de apenas dez minutos para, em mais uma jogada envolvente, materializar em golo a sua notória superioridade – isto depois de, no entretanto, o guardião benfiquista ter sido já chamado a outras duas intervenções apertadas (a deter os remates de Júnior Moraes e de Marlos), para além de ter visto uma bola embater no poste da sua baliza (a remate de Ismaily).

Procurando esboçar uma reacção, o Benfica teria a felicidade de, sem até então ter feito grande coisa por isso, rapidamente chegar ao golo, restabelecendo a igualdade no marcador. Tomás Tavares, já na pequena área contrária, surgiria a desviar um passe de Cervi, lance que seria também objecto de análise pelo “VAR”, na perspectiva de um “fora-de-jogo”, mas do qual acabaria por resultar, paralelamente, o assinalar de grande penalidade, por toque sobre o mesmo Cervi. Pizzi, muito focado, não desperdiçaria a ocasião.

Pensou-se que, motivada pelo golo, a formação portuguesa poderia então aproveitar alguma eventual oscilação dos ucranianos/brasileiros do Shakhtar, até em função da sua natural falta de ritmo para disputar noventa minutos em alta rotação.

Puro engano: os visitados não deram sinal de ter acusado o golo sofrido, mantendo a dinâmica e não seriam precisos mais do que cinco minutos para se voltarem a colocar em vantagem, aproveitando uma falha clamorosa de Rúben Dias – descaído sobre a direita, já próximo da linha de fundo, a não despachar, perdendo a bola para Júnior Moraes, que ofereceu o golo a Kovalenko.

A entrada em campo de Rafa parecia ser um sinal de algum inconformismo (Grimaldo tentaria ainda a sorte por duas vezes), mas, na verdade, nos minutos finais, o Benfica preocupar-se-ia, sobretudo, em não deixar ampliar a diferença, frente a um grupo versátil e hábil, muito bem orientado por Luís Castro.

No final, mantendo em aberto o desfecho da eliminatória, a tendência apenas poderá ser revertida se o Benfica conseguir, em Lisboa, uma exibição de sinal diametralmente oposto, assumindo a iniciativa e procurando não apenas controlar, mas dominar o jogo. Será capaz disso?

Liga dos Campeões – 6.ª jornada – Benfica – Zenit

BenficaBenfica – Odysseas Vlachodimos, Tomás Tavares, Rúben Dias, Francisco Ferreira “Ferro”, Alejandro “Álex” Grimaldo, Luís Fernandes “Pizzi”, Adel Taarabt, Gabriel Pires (81m – Andreas Samaris), Franco Cervi (81m – Haris Seferović), Francisco “Chiquinho” Machado e Carlos Vinícius (89m – Caio Lucas)

Zenit S. PetersburgoZenit S. Petersburgo – Mikhail Kerzhakov, Yordan Osorio, Branislav Ivanović, Douglas Santos, Vyacheslav Karavaev, Aleksandr Erokhin (66m – Aleksei Sutormin), Wílmar Barrios, Magomed Ozdoev (60m – Igor Smolnikov), Oleg Shatov (89m – Róbert Mak), Sardar Azmoun e Artem Dzyuba

1-0 – Franco Cervi – 47m
2-0 – Luís Fernandes “Pizzi” (pen.) – 60m
3-0 – Sardar Azmoun (p.b.) – 79m

Cartões amarelos – Gabriel Pires (19m); Douglas Santos (17m), Magomed Ozdoev (43m) e Aleksandr Erokhin (55m)

Cartão vermelho – Douglas Santos (56m)

Árbitro – Antonio Mateu Lahoz (Espanha)

Não se afigurava linear o apuramento do Benfica para a Liga Europa, uma vez que pressupunha uma vitória por 2-0, ou, alternativamente, por três (ou mais) golos de diferença, de modo a não ficar dependente de uma derrota caseira do Lyon (caso em que bastaria o triunfo benfiquista, por qualquer margem).

E, não obstante, até começaram cedo a chegar boas notícias de Lyon, com o RB Leipzig a inaugurar o marcador logo aos 9 minutos, vantagem que viria a consolidar pouco depois da meia hora… O caminho da formação portuguesa parecia, por essa via, “atapetado”: um golo prometia, então, poder chegar para garantir o objectivo.

Dentro de campo, algo alheia ao que se ia passando em Lyon, a equipa do Benfica – personalizada e confiante como ainda não se tinha visto na presente edição da prova –  assumiu, logo desde início, a iniciativa do jogo, que viria a dominar, de princípio a fim.

O primeiro sinal de inconformismo seria dado, apenas com três minutos jogados, por Taarabt, rematando ainda fora da área. Mas, com a equipa do Zenit aglomerada no seu meio-campo, na expectativa do erro do adversário, o golo tardava em chegar, apesar dos esforços benfiquistas, na tentativa de desbloquear o marcador.

Sem se deixar abater animicamente, o Benfica regressou para a segunda parte a grande ritmo, tendo então a felicidade de chegar ao golo logo aos dois minutos, com um oportuno Cervi, sem dificuldade, a empurrar a bola para a baliza, a solicitação de Pizzi.

Mantendo-se o resultado de Lyon, o Zenit continuava em posição de apuramento para a fase seguinte da “Liga dos Campeões”, com o clube francês a cair para o último posto do grupo, por troca com o Benfica.

Pelo que se torna algo difícil compreender o desnorte então evidenciado pela equipa russa, primeiro, com Erokhin, depois de ludibriado por Taarabt, a recorrer a uma “placagem”, para, no minuto imediato, ser Douglas Santos a interceptar a bola com o braço, na sua grande área, o que lhe valeu segundo amarelo e consequente expulsão, a par da grande penalidade, de que resultou o segundo golo benfiquista, numa boa conversão de Pizzi, a enganar Kerzhakov.

Tudo corria “sobre rodas”, pese embora o Lyon tivesse já, entretanto, reduzido a desvantagem ante o RB Leipzig para 1-2.

O Benfica aproveitava a desorientação do Zenit para ir em busca de um terceiro golo,  tendo mesmo desperdiçado um par de flagrantes oportunidades, mas, num lance de contra-ataque, viria ainda a sofrer um calafrio, quando Azmoun, com um remate muito perigoso, proporcionou a Vlachodimos a defesa da noite, com uma excelente estirada.

No lance imediato, Carlos Vinícius, isolado frente ao guardião contrário, não foi eficaz, permitindo a defesa para canto, de cuja conversão, surgiria, num corte desastrado, também de Azmoun, o terceiro golo benfiquista.

Faltavam pouco mais de dez minutos e a missão do Benfica parecia cumprida na perfeição. Mas tal sentimento de tranquilidade não duraria cinco minutos, altura em que o Lyon empatava o seu jogo com o RB Leipzig (entrando assim em posição de apuramento, trocando com o Zenit, então relegado para o 4.º lugar do grupo); um golo sofrido poderia significar a eliminação do Benfica…

No entretanto – entre o terceiro golo benfiquista e o segundo do Lyon -, Bruno Lage optara já por reforçar o meio-campo, com a entrada de Samaris, trocando, em paralelo, Cervi por Seferović, procurando, desta forma, explorar a (que passava a ser necessária) assumpção de risco por parte dos russos.

Porém, reduzida a dez elementos, algo atordoada pelo que se estava a passar (quer na Luz, quer em Lyon), a turma do Zenit não conseguiria, nesses dez minutos finais, provocar qualquer efectivo perigo para a baliza portuguesa.

Mesmo acabando por ter de sofrer nesses minutos derradeiros – perante a ameaça que subsistia de poder eventualmente sofrer um golo nalgum lance de bola parada, ou ressalto fortuito -, o Benfica fecharia a sua presença nesta edição da “Liga dos Campeões” com a sua melhor exibição e um categórico triunfo por 3-0 sobre o líder destacado do campeonato russo (dez pontos de vantagem sobre o 2.º classificado, Krasnodar, a onze jornadas do fim), garantindo assim, por mérito próprio, não dependente de terceiros, a qualificação para a Liga Europa.

Num balanço final, num grupo equilibrado como se antevia que este seria, o que se veio a confirmar, é inevitável a sensação de que o apuramento para os 1/8 de final da “Champions” estava perfeitamente ao alcance, tendo acabado por ficar à “mão de semear”, não fossem, em última instância, os dois golos consentidos na fase final do jogo de Leipzig…

Liga dos Campeões – 5.ª jornada – RB Leipzig – Benfica

RB LeipzigRB Leipzig – Péter Gulácsi (64m – Yvon Mvogo), Lukas Klostermann, Ethan Ampadu (56m – Nordi Mukiele), Dayot Upamecano, Marcelo Saracchi (70m – Patrik Schick), Marcel Sabitzer, Konrad Laimer, Diego Demme, Emil Forsberg, Christopher Nkunku e Timo Werner

BenficaBenfica – Odysseas Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Francisco Ferreira “Ferro”, Alejandro “Álex” Grimaldo, Luís Fernandes “Pizzi” (90m+3 – Caio Lucas), Adel Taarabt, Gabriel Pires, Franco Cervi (90m+8 – João Filipe “Jota”), Francisco “Chiquinho” Machado e Carlos Vinícius (82m – Raúl de Tomás)

0-1 – Luís Fernandes “Pizzi” – 20m
0-2 – Carlos Vinícius – 59m
1-2 – Emil Forsberg (pen.) – 90m
2-2 – Emil Forsberg – 90m (+6)

Cartões amarelos – Julian Nagelsmann (Treinador – 90m); Adel Taarabt (52m) e Rúben Dias (89m)

Árbitro – Jesús Gil Manzano (Espanha)

Foi um empate de sabor bem amargo o desta noite, o 100.º no historial europeu do Benfica. Contando agora com 200 vitórias e 100 empates (em 429 encontros), o Benfica totaliza 500 pontos (na base de 2 pontos/vitória) em jogos das competições europeias, igualando nesse ranking histórico o AC Milan, marca apenas superada pelos “colossos” Barcelona, Real Madrid, Bayern, Juventus e Liverpool.

Mas foi também um empate que custou o afastamento da “Liga dos Campeões” da presente temporada, e que deixa apenas uma relativamente ténue esperança de transição para a Liga Europa (implicará ganhar ao Zenit por 2-0 ou, alternativamente, por três golos de diferença – excepto se o Lyon perder na última ronda com o RB Leipzig, caso em que um triunfo tangencial serviria à equipa portuguesa).

E, sobretudo, pela forma como foi concedido; em toda a longa história (59 temporadas) do Benfica nas provas europeias, nunca tinha deixado escapar uma vantagem de dois golos nos derradeiros minutos. Aliás, até hoje, somente por duas vezes o Benfica tinha consentido o empate em período de compensação: em 2016-17, com o Besiktas (1-1); e em 2009-10, no Estádio da Luz, ante o Marseille (também 1-1). Por outro lado, apenas em três ocasiões foi derrotado no tempo de “descontos”: duas vezes pelo Chelsea (nas temporadas de 2011-12 e 2012-13, na Final da Liga Europa, ambas por 1-2) e, na época passada, pelo Ajax (0-1).

Conhecedor do resultado do embate entre Zenit e Lyon (2-0 para o clube russo), disputado à tarde, o Benfica continuava a depender de si próprio, pese embora a tarefa que tinha pela frente fosse de elevadíssimo grau de dificuldade: seria necessário ganhar na Alemanha por dois golos de diferença, para obter vantagem no confronto directo com o RB Leipzig.

Com uma boa entrada em jogo, apostando na experiência (com o regresso ao “onze” titular de André Almeida e Pizzi), Taarabt e Gabriel no eixo do terreno e a dupla ofensiva formada por Chiquinho e Carlos Vinícius, a turma portuguesa apresentou-se compacta e personalizada; mesmo cedendo maior posse de bola ao adversário, que, nessa fase inicial, não constituiu grande perigo, ia espreitando a oportunidade de se aproximar da baliza contrária.

E o Benfica viria mesmo a chegar ao tento inaugural, ainda relativamente cedo, não estavam decorridos vinte minutos, após tentativa de combinação de Taarabt com Carlos Vinícius, com a bola, na sequência do corte do defesa do Leipzig, a sobrar para Pizzi, valendo o seu grande sentido de oportunidade, a rematar de primeira, sem hipótese de defesa para Gulácsi.

Na resposta, Vlachodimos foi chamado a testar os reflexos, mas, com o correr do tempo, o Benfica ia ganhando confiança, por um lado, condicionando a manobra ofensiva do opositor, por outro, beneficiando da estratégia de maior risco adoptada pela formação alemã. Até final do primeiro tempo, seriam repartidas as ocasiões de perigo, por Forsberg e, outra vez, Pizzi, com um remate em arco, que levou a bola a embater na trave, depois de ter desviado num defesa, num lance de grande “frisson”.

Na segunda metade, o Leipzig intensificaria a pressão, fazendo o Benfica passar por algumas situações de apuros. Mas, à passagem da hora de jogo, outra vez com grande concentração e muita classe, Carlos Vinícius aproveitou uma escorregadela de um adversário para se isolar, correu em passada enérgica durante largos metros, com a bola controlada e, à saída do guarda-redes, com grande frieza, desviou a bola do seu alcance, acabando ainda, inadvertidamente, por não conseguir evitar o contacto, de que resultaria a lesão que forçaria a substituição de Gulácsi, após paragem de cerca de cinco minutos.

Com o 2-0, o Benfica voltava a ser “dono do seu destino”: mantendo esse resultado até final, “bastar-lhe-ia” vencer a última partida em casa para garantir o apuramento para a fase seguinte da “Liga dos Campeões”. Faltava, porém, ainda muito tempo, mais de meia hora…

Frente a um adversário de grande valia (actual vice-líder da Bundesliga, a par do Bayern), com um intenso poderio ofensivo (média de quase 3 golos por jogo), a equipa portuguesa foi resistindo, e parecia poder conseguir “levar a água ao seu moinho”.

Até porque, com o jogo “partido”, com o Leipzig atirado para a frente, Raúl de Tomás, com grande clarividência, apercebendo-se do adiantamento do guardião substituto, desferiu um remate de muito longa distância, ainda antes do meio campo, que se encaminhava para a baliza, quando Mvogo, no último instante, conseguiu ainda, com uma estirada, desviar a bola para canto, salvando “in extremis” o que poderia ter sido o terceiro golo do Benfica.

Contudo, quando se poderia pensar que o período mais difícil estaria superado, praticamente em cima do final do tempo regulamentar, Rúben Dias terá feito falta sobre Schick, sancionada pelo árbitro com grande penalidade, de que resultou o golo do Leipzig.

E, na sequência das paragens para assistência aos guarda-redes do Benfica e do Leipzig, o árbitro atribuiria um período de compensação de nove minutos (acabariam por ser 10 minutos e meio, ou seja, para além dos 100 minutos de tempo total), o que se consubstanciou num decisivo suplemento anímico para a turma germânica.

Numa fase em que já não havia frescura física para manter uma organização defensiva que pudesse limitar os efeitos das investidas contrárias, com enormes dificuldades para suster o futebol directo, com bolas a serem sistematicamente lançadas sobre a área, o Benfica acabaria por “sucumbir” quando acabara de se completar o quinto minuto de “descontos”, com Werner a cruzar para o cabeceamento inapelável de Forsberg, à vontade, liberto de marcação.

Nos cinco minutos suplementares até final, o Benfica teria ainda a energia mental para procurar mais um par de lances de ataque, mas não teve, então, a felicidade pelo seu lado, num ou noutro ressalto de bola na zona defensiva do Leipzig.

No cômputo geral, atendendo ao desempenho das duas equipas dentro de campo, o resultado acaba por se ajustar às diferentes fases por que o desafio se caracterizou; porém, a forma como foi consentido, é deveras penalizadora e frustrante para os portugueses, não podendo evitar um sinal de impotência, enquanto, ao invés, para os alemães, se traduziu no festejo da qualificação para os 1/8 de final, garantida já “fora de horas”.

Liga dos Campeões – 4ª jornada –Olympique Lyonnais – Benfica

Olympique LyonnaisOlympique Lyonnais – Anthony Lopes, Léo Dubois, Jason Denayer, Joachim Andersen, Youssouf Koné, Jeff Reine-Adélaïde (73m – Bertrand Traoré), Thiago Mendes, Lucas Tousart, Houssem Aouar (90m – Marcelo), Moussa Dembélé e Memphis Depay (45m – Maxwel Cornet)

BenficaBenfica – Odysseas Vlachodimos, Tomás Tavares, Rúben Dias, Francisco Ferreira “Ferro” (16m – Jardel Vieira), Alejandro “Álex” Grimaldo, Gedson Fernandes (45m – Haris Seferović), Florentino Luís, Gabriel Pires, Francisco “Chiquinho” Machado, Franco Cervi (73m – Luís Fernandes “Pizzi”) e Carlos Vinícius

1-0 – Joachim Andersen – 4m
2-0 – Memphis Depay – 33m
2-1 – Haris Seferović – 78m
3-1 – Bertrand Traoré – 89m

Cartões amarelos – Gabriel Pires (43m) e Florentino Luís (50m)

Árbitro – Björn Kuipers (Holanda)

Bruno Lage tinha “prometido” um Benfica que procuraria estar à altura da sua história europeia, com a ambição de seguir em frente na Liga dos Campeões, o que passava, inevitavelmente, pela obtenção de um resultado positivo em Lyon.

Independentemente dos méritos e razões justificativas das opções técnicas que tem tomado, a nível da composição do “onze” inicial, a verdade é que, tardando os resultados, a contestação a tais escolhas tende, naturalmente, a aumentar.

Em função de uma espécie de “caminho das pedras” que o clube vem percorrendo, a nível dos desfechos (negativos) que tem vindo a acumular, emerge a dúvida sobre se será sustentável – e se poderá vir algum dia a produzir frutos desportivos – a aposta num grupo tão jovem, cuja rentabilização pressuporá necessariamente a sua continuidade e maturação na equipa.

Neste contexto, dificilmente seria pior o início deste jogo, com o Benfica praticamente a entrar em campo a perder – na sequência de um pontapé de canto, com a equipa a denotar alguma passividade -, para, decorridos pouco mais de dez minutos, ver um dos (jovens) esteios da sua defesa ser forçado a sair (após ter passado mesmo por breve período de perda de sentidos, sendo retirado de maca, com colar cervical) na sequência de um contundente embate do seu próprio guardião.

Não obstante, no imediato, a equipa até pareça não ter acusado em demasia o tento sofrido, a verdade é que as circunstâncias do jogo se alteraram, com a formação portuguesa a ter de assumir o risco, deixando espaço ao Lyon – que logo adoptara uma estratégia de curtas trocas de bola, fazendo o adversário correr atrás dela – para rápidas transições, de que, aliás, viria a surgir o segundo golo, com o (ainda inexperiente) lateral direito a não ter velocidade (nem matreirice) para travar tal investida.

Com pouco mais de meia hora jogada, a missão benfiquista tornara-se já quase “impossível”, em contraponto a uma situação muito confortável no jogo por parte da turma francesa, proporcionada pela vantagem averbada e pela forma como cada equipa podia conduzir a respectiva dinâmica dentro de campo, com o Lyon a dominar por completo, perante a incapacidade de construir jogo denotada pelo opositor.

Ao intervalo, Bruno Lage arriscou “tudo”, substituindo Gedson por Seferović, e a tendência do jogo mudou bastante, com o Benfica, em futebol directo, a conseguir enfim ameaçar a defesa contrária, com várias tentativas de remate.

Primeiro, seria Chiquinho, na sequência de um livre, a “assustar”, para, de seguida, o suíço obrigar Anthony Lopes a redimir-se da falha de Lisboa. Também Grimaldo procuraria o golo.

Já com Pizzi em campo, o Benfica chegaria mesmo ao golo, numa sua assistência, bem finalizada por Seferović.

A equipa portuguesa tinha ainda cerca de um quarto de hora para procurar chegar, pelo menos, ao empate e acreditou que tal seria possível. Mas o Lyon, que baixara ainda mais as suas linhas, foi inteligente na preservação da bola, mesmo oferecendo a iniciativa aos portugueses, e cínico na forma como, praticamente em cima dos 90 minutos, sentenciou o desfecho da partida… e as aspirações do Benfica.

No final, a imagem que transpareceu foi a de uma equipa fragilizada, denotando grandes dificuldades para controlar o jogo a nível defensivo e pouco eficaz ofensivamente, incapaz de se afirmar a este nível de exigência máxima, começando a ser recorrentes as frustrantes campanhas que vem registando.

Liga dos Campeões – 3ª jornada – Benfica – Olympique Lyonnais

BenficaBenfica – Odysseas Vlachodimos, Tomás Tavares, Rúben Dias, Francisco Ferreira “Ferro”, Alejandro “Álex” Grimaldo, Gedson Fernandes, Florentino Luís, Gabriel Pires, Rafael “Rafa” Silva (20m – Luís Fernandes “Pizzi”), Franco Cervi (78m – Raúl de Tomás) e Haris Seferović (59m – Carlos Vinícius)

Olympique LyonnaisOlympique Lyonnais – Anthony Lopes, Léo Dubois, Jason Denayer, Marcelo, Youssouf Koné, Martin Terrier (56m – Thiago Mendes), Houssem Aouar (88m – Jeff Reine-Adélaïde), Lucas Tousart, Maxwel Cornet (66m – Bertrand Traoré), Moussa Dembélé e Memphis Depay

1-0 – Rafael “Rafa” Silva – 4m
1-1 – Memphis Depay – 70m
2-1 – Luís Fernandes “Pizzi” – 86m

Cartões amarelos – Luís Fernandes “Pizzi” (42m) e Gedson Fernandes (52m); Marcelo (10m), Moussa Dembélé (26m) e Youssouf Koné (38m)

Árbitro – Ivan Kružliak (Eslováquia)

Pese embora tenha entrado em campo com uma estratégia que visava surpreender o adversário – com Rafa mais adiantado, no apoio a Seferović, apostando em Cervi na esquerda e Gedson na direita (tendo Pizzi ficado no banco) -, o Benfica voltou a registar uma exibição muito pobre, tendo conseguido uma muito feliz vitória, a sua 200.ª do seu historial em jogos das competições europeias (marca apenas já atingida pelos “colossos” Barcelona, Real Madrid, Bayern, Juventus, Liverpool e AC Milan!).

E as coisas até começaram da melhor forma, com um golo logo ao quarto minuto, na segunda vez que a equipa portuguesa chegou à área contrária, com Rafa, liberto de marcação, beneficiando da passividade dos defesas, a visar a baliza com êxito, a passe de Cervi.

A equipa da casa teria outra ocasião de perigo, pouco antes dos 20 minutos, mas com o remate de Seferović, isolado frente ao guarda-redes, a sair desenquadrado.

Porém, o primeiro contratempo chegaria pouco depois, com a saída do mesmo Rafa, a ressentir-se de lesão, o que forçou Bruno Lage a “desmontar” o esquema que tinha delineado, fazendo entrar Pizzi, alterando o sistema táctico para um posicionamento mais conservador e previsível, tendo feito avançar Gedson (para a posição até então ocupada por Rafa), o qual, porém, daria sempre a sensação de estar a pisar terrenos estranhos.

Numa primeira parte não muito bem jogada, de parte a parte, com a bola muito aos repelões, o suíço desperdiçaria, ainda antes dos 40 minutos, outro lance de perigo, rematando por cima da trave da baliza francesa.

Mas, se – ainda no último quarto de hora da etapa inicial – o Lyon começara já a procurar ganhar ascendente em termos de posse de bola (com uma oportunidade soberana, negada por intercepção muito oportuna de Grimaldo), no segundo tempo esse domínio seria bem evidente, empurrando o Benfica para o seu meio-campo, com sucessivas tentativas, mesmo que algo atabalhoadas, mas que faziam antever que o golo seria questão de tempo… como foi.

Logo à passagem dos dez minutos, seria Rúben Dias, de cabeça, a salvar o golo; para, cerca dos vinte minutos, ser a vez de Cornet rematar à barra, depois de um desvio da bola em Ferro.

Após o tento do empate – com Depay, descaído sobre a esquerda, a surgir livre de marcação, a empurrar a bola, sem dificuldade, para a baliza, dando sequência a um cruzamento do lado contrário –  receou-se que o Benfica pudesse vir mesmo a acabar por perder, tal a dificuldade que denotava para “pegar no jogo”, com Vlachodimos também a ter uma boa (e aparatosa) intervenção, a socar um remate em arco, outra vez por Depay.

O figurino táctico alterar-se-ia, para os derradeiros doze minutos, com a entrada de Raúl de Tomás, a fazer dupla com o também substituto Carlos Vinícius, e o “onze” benfiquista teria então o seu melhor (curto) período, aproveitando alguma descompensação da equipa de Lyon, a qual, em paralelo, ia dando também alguns sinais de que o empate a satisfazia.

Primeiro, Pizzi, com um potente e (demasiado) colocado remate (o primeiro em toda a segunda a parte) de fora da área, faria a bola embater com estrondo no poste, num lance sem hipótese para Anthony Lopes.

No minuto imediato, os mesmos protagonistas estariam na base do regresso às vitórias do Benfica na Liga dos Campeões: o guardião português procurou, de forma algo precipitada, lançar rapidamente o contra-ataque, mas a bola saiu “enrolada” das suas mãos, caindo numa zona em que Pizzi, muito oportuno – antecipando-se ao defesa adversário – e eficaz, de primeira, sem preparação, num excelente gesto técnico, de elevado grau de dificuldade, rematou com sucesso a bola para a baliza escancarada, aproveitando o facto de o guarda-redes se encontrar adiantado e descaído sobre o lado esquerdo da grande área.

Até final, a equipa portuguesa teria então a capacidade de segurar as investidas contrárias, numa fase já de “desespero”, conservando a preciosa vantagem algo imprevistamente obtida, numa partida em que continuou a denotar muitas fragilidades e, a partir de determinada altura, dificuldades físicas para manter o ritmo e suster o avanço do adversário no terreno.

Resta esperar que esta vitória possa conferir ao grupo a tranquilidade e confiança que lhe tem faltado, também com Bruno Lage a parecer surgir agora com um algo estranho conformismo, num sinal radicalmente oposto aos que transmitiu aquando da assunção da responsabilidade pelo comando técnico da equipa. Que, sobre as vitórias, seja possível trabalhar com maior serenidade e, rapidamente, voltar a aproximar-se dos níveis exibicionais do final da época passada…

Liga dos Campeões – 2.ª jornada – Zenit – Benfica

Zenit S. PetersburgoZenit S. Petersburgo – Andrei Lunev, Igor Smolnikov (63m – Yordan Osorio), Branislav Ivanović, Yaroslav Rakitskiy, Douglas Santos, Sebastián Driussi, Wílmar Barrios, Magomed Ozdoev, Oleg Shatov (68m – Vyacheslav Karavaev), Sardar Azmoun (81m – Aleksandr Erokhin) e Artem Dzyuba

BenficaBenfica – Odysseas Vlachodimos, Tomás Tavares, Rúben Dias, Jardel Vieira, Alejandro “Álex” Grimaldo, Ljubomir Fejsa (60m – Carlos Vinícius), Luís Fernandes “Pizzi” (60m – Caio Lucas), Gabriel Pires, Adel Taarabt, Rafael “Rafa” Silva e Haris Seferović (81m – Raúl de Tomás)

1-0 – Artem Dzyuba – 22m
2-0 – Rúben Dias (p.b.) – 70m
3-0 – Sardar Azmoun – 78m
3-1 – Raúl de Tomás – 85m

Cartão amarelo – Yaroslav Rakitskiy (44m)

Árbitro – Carlos del Cerro Grande (Espanha)

Os resultados e as exibições do Benfica em desafios da Liga dos Campeões têm vindo a assumir um padrão, nas últimas épocas, que afastam já a causalidade ou qualquer outro aspecto relacionado com a aleatoriedade do jogo.

É evidente a falta de competitividade que, de forma consistente, tem vindo a ser patenteada,  a este nível, de exigência máxima em termos europeus: 11 derrotas sofridas nos últimos 14 jogos disputados na fase de grupos da competição são números demasiado eloquentes.

Esta noite, ciente da necessidade de pontuar, atendendo ao mau arranque nesta edição, com o desaire caseiro sofrido ante o RB Leipzig, o Benfica – depois de um primeiro susto, logo ao segundo minuto – até pareceu entrar com disposição positiva, procurando jogar de igual para igual (Seferović cabecearia, com perigo, aos cinco minutos).

Porém, a partir do primeiro tento sofrido, aos 22 minutos – com Vlachodimos, apertado, a passar a bola a Fejsa, que não conseguiu dominar, perdendo a bola para Ozdoev, deixando espaço à rápida incursão de Dzyuba, que não perdoou -, a equipa logo se descompôs, revelando, durante cerca de uma hora de jogo, inexplicáveis fragilidades, e, pior, mostrando-se desconcentrada, abúlica, e com erros gritantes, inaceitáveis em alta competição, que o Zenit aproveitou para, sem dificuldade, elevar a contagem até 3-0, podendo, inclusivamente, o marcador ter atingido expressão mais violenta (o resultado tangencial ao intervalo era, aliás, lisonjeiro para o Benfica).

Nessa fase, após Bruno Lage ter arriscado, fazendo sair Fejsa para a entrada de Carlos Vinícius, a equipa benfiquista estava já claramente descompensada, esquecida das imprescindíveis marcações, deixando enormes clareiras livres ao seu adversário.

Assim chegaria o segundo golo do Zenit, numa transição rápida, com Rúben Dias – ao tentar interceptar a bola, que, cruzada por Karavaev, rumava para a fácil finalização de um contrário, nas suas costas -, infeliz, a introduzir a bola na sua própria baliza.

E, poucos minutos depois, o terceiro tento, outra vez com o meio campo e defensiva encarnadas, completamente distraídos, na sequência de um livre, a conceder completa liberdade de movimentos ao ataque russo.

Ao longo de todo esse período, o grupo português apresentava-se desligado, sem agressividade, permitindo ao Zenit superiorizar-se em praticamente todos os duelos individuais e bolas divididas.

De positivo ficou unicamente, já na parte final do encontro, o grito de inconformismo de Raúl de Tomás – cuja entrada em campo, a nove minutos do fim, até chegou a dar a sensação de, de alguma forma, poder ser um “presente envenenado”, considerando a forma destrambelhada como a equipa se posicionava – com um potente remate, de fora da área, ao ângulo da baliza, a quebrar o seu jejum pessoal de golos ao serviço do Benfica, estreando-se enfim a marcar.

Nos derradeiros minutos, Raúl de Tomás, Gabriel e Carlos Vinícius estariam ainda perto de poder voltar a chegar ao golo, mas o resultado não se alteraria.

Urge “arrepiar caminho”: a salvação da participação europeia do Benfica nesta época passa, necessariamente, por uma vitória no próximo jogo frente ao Lyon.

Liga dos Campeões – 1.ª jornada – Benfica – RB Leipzig

BenficaBenfica – Odysseas Vlachodimos, Tomás Tavares, Rúben Dias, Francisco Ferreira “Ferro”, Alejandro “Álex” Grimaldo, Luís Fernandes “Pizzi” (76m – Rafael “Rafa” Silva), Ljubomir Fejsa, Adel Taarabt, Franco Cervi (76m – Haris Seferović), João Filipe “Jota” (67m – David Tavares) e Raúl de Tomás

RB LeipzigRB Leipzig – Péter Gulácsi, Willi Orban, Ibrahima Konaté, Nordi Mukiele, Diego Demme, Marcel Sabitzer, Konrad Laimer (39m – Amadou Haidara), Emil Forsberg (88m – Christopher Nkunku), Marcel Halstenberg (83m – Lukas Klostermann), Yussuf Poulsen e Timo Werner

0-1 – Timo Werner – 69m
0-2 – Timo Werner – 78m
1-2 – Haris Seferović – 84m

Cartões amarelos – João Filipe “Jota” (62m); Yussuf Poulsen (57m) e Amadou Haidara (70m)

Árbitro – Anastasios ”Tasos” Sidiropoulos (Grécia)

Na estreia de Bruno Lage na Liga dos Campeões (por coincidência, suspenso, devido ao cartão vermelho que lhe foi exibido no último jogo da Liga Europa da temporada passada), o treinador do Benfica voltou a procurar surpreender, optando por uma “mini-revolução” no onze, dando também oportunidade ao “baptismo europeu” de Tomás Tavares (e, depois, igualmente de David Tavares), estreando-se também Taarabt e Raúl de Tomás em desafios das competições europeias, ao serviço do Benfica, a que acrescem ainda as entradas de Franco Cervi (primeiro jogo oficial na presente época) e Jota, para os lugares habitualmente desempenhados por Rafa Silva e Seferović.

A primeira parte caracterizou-se por quase absoluto equilíbrio (repartição paritária do tempo de posse de bola, 50/50, dois cantos para cada lado, número muito aproximado de remates), com as duas equipas perfeitamente “encaixadas”, destacando-se, neste período, dois lances, um para cada lado: primeiro, aos 26 minutos, Timo Werner a testar a concentração de Vlachodimos; quase a chegar ao intervalo, seria a vez de Gulácsi defender um remate de cabeça de Raúl de Tomás.

Porém, à medida que o relógio ia avançando, o ritmo competitivo mais intenso da formação germânica começava a fazer-se sentir, com Vlachodimos a ser chamado a várias intervenções de bom nível, procurando manter a sua baliza inviolada.

O primeiro lance de algum perigo a favor do Benfica surgiria apenas à passagem da hora de jogo, com Pizzi a conseguir fugir à marcação directa, mas, sem deixar de se sentir pressionado, algo precipitadamente, a rematar fraco e à figura do guardião contrário.

Com as equipas a arriscar mais – pese embora a turma portuguesa apostasse mais em transições rápidas -, o jogo começaria a ficar “partido”, abrindo-se espaços, e acabaria mesmo por ser o RB Leipzig a inaugurar o marcador, próximo dos 70 minutos.

Com uma boa reacção ao tento sofrido, o Benfica teria, quase de imediato, as suas melhores oportunidades de golo, primeiro com o guarda-redes húngaro a dar boa resposta a um livre directo apontado por Grimaldo, e poucos minutos volvidos, com Taarabt a lançar Cervi, que, isolado frente a Gulácsi, não teve, porém, o discernimento necessário para marcar.

Menos de dez minutos após o tento inaugural, a equipa alemã ampliaria a vantagem, outra vez pelo letal Timo Werner, dando prova de grande eficácia.

Já próximo do final da partida, o Benfica conseguiria ainda reduzir para uma diferença tangencial no marcador, com Seferović, de primeira, a dar boa sequência à assistência de Rafa.

Curiosamente, o conjunto português teria ainda nova ocasião para voltar a marcar, invertendo-se os papéis, desta vez com Rafa, a passe de Seferović, a rematar ao lado.

Frente a um adversário que se revelou mais forte – o RB Leipzig (actual líder da Bundesliga), vindo do “pote 4”, será talvez a mais poderosa equipa do grupo –, o Benfica acabou, não obstante, por ser penalizado pela sua ineficácia, não tendo conseguido materializar em golo um par de ocasiões flagrantes de que dispôs, voltando a ter uma comprometedora “entrada em falso” na Liga dos Campeões, que faz realçar, desde já, a crucial importância do jogo a disputar em São Petersburgo.