Liga Europa – 1/4 de final (1.ª mão) – Benfica – Liverpool

BenficaBenfica – Júlio César, Maxi Pereira (66m – Nuno Gomes), Luisão, David Luiz, Fábio Coentrão, Javi García, Ramires, Carlos Martins (72m – Ruben Amorim), Di María, Pablo Aimar (87m – Airton) e Óscar Cardozo

LiverpoolLiverpool – Pepe Reina, Glen Johnson, Daniel Agger, Jamie Carragher, Emiliano Insúa, Lucas, Javier Mascherano, Steven Gerrard (90m – Benayoun), Ryan Babel, Dirk Kuyt e Fernando Torres (82m – Ngog)

0-1 – Daniel Agger – 9m
1-1 – Cardozo – 59m (pen.)
2-1 – Cardozo – 79m (pen.)

Cartões amarelos – Luisão (29m) e David Luiz (37m); Emiliano Insúa (45m), Pepe Reina (74m) e Jamie Carragher (78m)

Cartão vermelho – Ryan Babel (30m)

Árbitro – Jonas Eriksson (Suécia)

Ainda as equipas se encontravam naquela fase baptizada como de “estudo mútuo” e já o Liverpool – na sua primeira investida – inaugurava o marcador, logo aos 9 minutos, num livre descaído sobre a esquerda da área, com a bola a ser atrasada para o miolo do terreno, onde, com um toque de calcanhar, surgiu Agger – recuado em relação à defesa, portanto livre de marcação – a desviar subtilmente a bola para o fundo da baliza.

Praticamente na resposta, Cardozo – na zona da pequena área, descaído junto ao poste direito da baliza adversária – teve nos pés o golo do empate, mas não conseguiu dominar bem a bola, que saiu sem a direcção devida. O mesmo Cardozo que não daria a melhor sequência a um par de outros lances (aos 12 e 17 minutos), antes de Ramires e Di María, próximo da meia hora de jogo, ameaçarem a baliza defendida por Reina, com remates espontâneos, o primeiro de cabeça, a sair por alto, o segundo, de meia-distância, em força, a criar grande frisson, mas a sair ligeiramente descentrado. O Benfica criava bastantes situações ofensivas, mas não tinha eficácia na finalização.

Até que, precisamente em cima dos 30 minutos, Babel, em discussão com Luisão – que cometera falta, na sequência da qual viu o cartão amarelo – colocou a mão na cara do defesa benfiquista, gesto pouco digno, em que de imediato reincidiria, levando o árbitro a exibir-lhe, de forma ajustada, o cartão vermelho.

Com menos um jogador, curiosamente, o Liverpool surgiria de seguida mais afoito, primeiro introduzindo a bola na baliza benfiquista, na sequência da marcação de um livre, sendo o lance anulado por fora de jogo já previamente sancionado pelo árbitro assistente, e, no minuto seguinte, com a bola de novo a rondar perigosamente a baliza de Júlio César. Não obstante, até final da primeira parte, haveria ainda tempo para Pepe Reina ver colocada à prova a sua concentração, em mais um bom lance de ataque construído pela equipa do Benfica.

Cardozo confirmaria estar numa noite de desacerto, novamente, mais duas vezes, quase de seguida, a abrir a segunda parte, ainda antes dos 50 minutos. E, ainda, uma vez mais, quando, na conversão de um livre perigoso, praticamente em cima da linha da área – punindo uma falta sobre ele cometida – rematou forte, com a bola a embater estrondosamente no poste, imediatamente antes de, na sequência da jogada, Aimar ser derrubado por Insúa, originando a grande penalidade… que, desta feita, Cardozo não desperdiçaria, empatando o jogo! Na oportunidade, a falha seria do árbitro, ao não mostrar o segundo amarelo a Insúa, que colocaria o Liverpool a jogar apenas com 9 elementos.

O Benfica ia empurrando o Liverpool para a sua zona defensiva e Jorge Jesus, percebendo isso, reforçou a mensagem, substituindo o lateral direito por mais um elemento de ataque, Nuno Gomes. Viria a reequilibrar a equipa pouco depois, com a entrada de Ruben Amorim.

O elemento mais determinante da equipa inglesa, Fernando Torres apenas por duas vezes criaria perigo: primeiro, surgindo lançado, sendo desarmado por um irrepreensível David Luiz; depois, aproveitando o desequilíbrio provocado por um mau passe (atrasado) de Nuno Gomes, num rapidíssimo contra-ataque, quando a equipa benfiquista estava toda balanceada no ataque, mas rematando de forma deficiente, ao lado da baliza.

Em mais uma ofensiva do Benfica, com Di María em cima da linha de fundo, já quase sem ângulo, conseguiria ainda fazer o cruzamento, interceptado por Carragher, já em queda, com o braço, originando a segunda grande penalidade assinalada (após dois outros lances terem sido já perdoados pelo árbitro). Depois de um remate em força, Cardozo fecharia uma exibição menos conseguida, com o segundo golo, convertendo o lance com uma espécie de tentativa de “folha seca” ou “penalty à Panenka”, traindo o guarda-redes espanhol do Liverpool.

Até final, a equipa portuguesa preocupou-se mais em segurar a vitória, do que continuar a arriscar na exploração da inferioridade numérica do Liverpool. Com uma excelente exibição, em que teve de assumir desde cedo as “despesas do jogo”, apenas pecando na concretização, o Benfica consegue uma boa vitória, uma vantagem importante para a batalha que se antevê muito disputada, em Anfield Road, já na próxima semana.

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